Covid longa. Estudo mostra que parte dos adolescentes leva dois anos a recuperar

por RTP
A covid longa continua a ser uma realidade, alguns jovens demoram a recuperar Reuters

Um estudo da University College de Londres estudou os efeitos da covid longa em crianças mais velhas e adolescentes. As conclusões mostram que quando afetados por pelo menos um dos sintomas da doença uma parte dos adolescentes leva pelo menos dois anos a recuperar na totalidade.

O estudo examinou milhares de crianças e adolescentes com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos. Foram questionados três meses, seis meses, um ano e dois anos após terem tido um diagnóstico positivo de covid.

Das mais de 12 mil pessoas que fizeram parte do estudo mais de 900 testaram positivo à covid e responderam a questões após três, seis meses, um ano e dois anos.

Dos mais de 900 diagnósticos, pelo menos 233 pessoas continuaram a mostrar sintomas de covid três meses após o primeiro diagnóstico. Seis meses depois, 135 pessoas continuavam a ter pelo um dos sintomas. Um ano depois eram 94 as pessoas que ainda apresentavam um sintoma e dois anos mais tarde pelo menos 68 pessoas continuavam a sofrer com um sintoma de covid.

O estudo, que foi financiado pelo Instituto Nacional de Saúde e o gabinete britânico de Investigação e Inovação, mostrou que pelo menos 70 por cento das pessoas que tinham um sintoma de covid após três meses recuperaram completamente até um período que chegou a dois anos.

Os sintomas considerados pelo estudo incluíam cansaço, problemas em dormir, dificuldades em respirar, dores de cabeça, problemas de mobilidade, dores e desconforto ou sentimentos de preocupação e tristeza quase permanentes.

“As nossas descobertas mostram que os adolescentes que cumpriram todos os requisitos para entrar no estudo da covid longa três meses depois do diagnóstico recuperaram dois anos depois”, explicou o Professor Terence Stephenson, da Universidade londrina e do Instituto de saúde pediátrica Great Ormond Street.

“As notícias são boas mas pretendemos continuar a investigação para tentar perceber melhor porque é que 68 pessoas não recuperaram totalmente”.

Os resultados do estudo demonstraram também que os adolescentes mais velhos foram os mais afetados e que as raparigas foram mais suscetíveis à covid longa. Os autores explicaram também que o estudo teve início antes das variantes Delta e Omicron, pelo que as conclusões poderão não ser representativas a longo prazo.
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